CFP: Representações da infância em contextos literários lusófonos: Que espaço para a utopia?

IX Congresso Alemão de Lusitanistas, Viena, 14-17 de setembro de 2011
CFP -Seccção 5
Pretende-se uma abordagem da criança enquanto protagonista de mundos ficcionais no espaço da literatura de expressão portuguesa, tendo em consideração as características psicológicas, sociais e culturais que a enformam.
Sendo que hoje em dia se assiste, em muitos casos, à paradoxal inversão de papéis entre adultos e crianças, com os primeiros a sofrerem um processo de “infantilização” (Neil Postman, The disappearance of Childhood, 1982) numa sociedade de diversão e de apelo ao consumo, enquanto que as segundas estão obrigadas a um rápido amadurecimento no confronto com a crueza de certas realidades que até há poucas décadas eram tabu, afigura-se pertinente abordar o papel que cabe à representação da infância em textos literários mais recentes: espelharão, também eles, esta situação? Haverá neles espaço para a criança enquanto protagonista autónomo que se destaca do universo dos adultos? Existe ainda o modelo da criança trabalhadora e explorada (como em Esteiros, de Soeiro Pereira Gomes, texto dedicado aos “filhos das crianças que nunca foram meninos”) ou o colectivo auto-suficiente de adultos em miniatura (como em Capitães da Areia, de Jorge Amado)? Há espaço para a rebeldia e para o sonho em ambiente escolar (Manhã Submersa, de Vergílio Ferreira) ou familiar (O meu pé de laranja-lima, de José Mauro de Vasconcelos)? Que espaço resta ainda à utopia em textos literários de língua portuguesa que têm a criança como protagonista?
Gabriela Fragoso - Universidade Nova de Lisboa
 
Licença Creative Commons
Translating Europe across the Ages by http://translatingeurope.blogspot.com/ is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso Não-Comercial-Proibição de realização de Obras Derivadas 3.0 Unported License.